terça-feira, 24 de junho de 2025

DAVID NOAH - HETERÔNIMO DE FREITAS JÚNIOR POETA

 

David Santiago Noah (heterônimo de Freitas Júnior Poeta) nasceu em 7 de novembro de 1955, na cidade de Alexandria, sertão do Rio Grande do Norte. Viveu ali sua infância em meio ao ritmo lento da cidade pequena, entre o trem que cortava a cidade duas vezes ao dia, o calor do sertão Potiguar e a beleza soberana Serra Barriguda. No entanto, em 1970, com apenas 15 anos, mudou-se para Natal, onde completou os estudos e jamais retornou à sua terra natal — nem mesmo por nostalgia. Segundo ele, Alexandria ficou dentro dele em um tempo que não existe mais.

Diplomado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), construiu carreira sólida na Petrobras, onde trabalhou por décadas até se aposentar. Em 2013, depois de 35 anos de casamento, enfrentou uma separação que transformou profundamente sua visão da vida. O motivo do rompimento nunca foi revelado por ele. Nos escritos que publica sob forma de crônicas poéticas, há apenas vestígios dispersos, como pistas que nunca fecham o enigma. Às vezes parece ter sido abandono; outras vezes, culpa — mas nunca há certeza.

Hoje, vive sozinho em um apartamento de frente para o mar no Residencial Poetas, em Natal-RN em Ponta Negra. É ali que enfrenta sua solidão existencial, cercado por livros, lembranças e um silêncio que nem sempre é pacífico. A brisa que entra pela varanda e o brilho das madrugadas servem de companhia para seus escritos melancólicos, quase sempre voltados à memória, à espiritualidade e as relações humanas em um tom filosófico do  estoicismo.

David Santiago Noah é um homem de aparência serena e marcante, daquelas figuras que impõem respeito pela simplicidade. Tem 1,73m de altura, olhos castanhos, pele branca, corpo largo, ainda bem conservado pela rotina disciplinada de uma vida inteira. Os cabelos, já bem grisalhos, são penteados com discrição, sempre curtos e alinhados. Não há sinal de vaidade, mas há dignidade em cada traço.

David caminha devagar pelos corredores do Residencial Poetas e da praia em momentos menos agitados, quase sempre com um livro na mão. Espírita Kardecista por convicção, acredita na continuidade da alma, na justiça das reencarnações e na lei do carma. Essas ideias aparecem sutilmente em seus textos, sempre com delicadeza e lirismo. Não aceita entrevistas, não participa de eventos literários, tampouco se deixa fotografar. Seus leitores o conhecem apenas pela alma que transparece nas palavras. A bebida o acompanha com moderação — whisky nos dias mais longos, vodka nas noites de lembrança densa. Vive para escrever, e escreve para suportar o seu existir nesse plano terreno.


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